terça-feira, 17 de março de 2009

Um tabuleiro no Tejo

Caros leitores,

Mais uma semana e mais uma viagem pelas obras públicas deste pequeno rectângulo de pedra virado para o mar.


Portugal vai mesmo ter uma ponte nova. É sabido e dado adquirido. Vamos então ver uma coisa, meus caros leitores, se a nova ponte chegar mesmo a tirar trânsito daquela vermelha e grande, que mais parece uma tábua de engomar, passada a ferro todos os dias pela borracha queimada do pneu dos automóveis que por lá circulam todo o santo dia, dou os meus parabéns ao LNEC pelo bom relatório que apresentou da viabilidade da travessia que será, alegadamente, Chelas - Barreiro. Esperemos que sim e que tudo se conclua pelo melhor quanto à fluidez do trânsito de e para a capital. Agora a questão é esta: porquê uma ponte? Eu não sou céptico em relação a pontes e egoisticamente não faço planos de me atirar de lá nem vejo isso como um novo alvo dos supostos suicidas, mas uma ponte é carga demasiado pesada para o panorama da vista para a velha cidade. Não me venham justificar que temos que viver na era onde reina o pragmatismo, porque nem por aí vamos lá.


Para além dos efeitos visuais e do impacto paisagístico que potencialmente criaria e da praticabilidade dessa construção, eu seria totalmente a favor de uma passagem subaquática, como um mini túnel do Canal da Mancha. De qualquer forma, nem vale a pena perder-me em lamúrias que depois vão morrer no fundo do Tejo.


Adiante, a ponte veio para ficar e foi já aprovada pelo Ministério do Ambiente, quanto ao impacto ambiental que possa provocar, embora sejam necessárias a criação de nove novas malhas rodoviárias na cidade de Lisboa e umas quantas mais do outro lado do rio. Para além disso, no DIA (Declaração de Impacto Ambiental), o Governo considerou a construção de uma ponte, cujo tabuleiro rase mais o leito do Tejo, do que se eleve ao ponto da sua similar vermelha, isto para e citando, diminua a “intrusão visual”.


Mais 30 mil carros por dia para a capital, passando um tabuleiro igualmente com mais quatro vias ferroviárias para o tão aguardado TGV e para uma nova linha de comboios urbanos que se desenhará nos mapas de Lisboa.


1,7 mil milhões de euros. Cara Ponte, até 2013.


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