segunda-feira, 30 de março de 2009

Um metro ao serviço da malta

Depois de uma semana a contar com a ausência dos vários ministros ao plenário das decisões aguardadas para a bonificada saúde orçamental, social e infraestrutural deste país, eu estou de volta. Este vosso ministro que vos guia pelas construções públicas do nosso país atarracado e em lista de espera no psicólogo, vai-vos falar de um situação que não sendo apenas de cariz público, até porque tem a ver com o plano de estruturação dos transportes na Sra. Dona Cidade Capital, diz respeito a uma necessidade pública.

Como devem saber, caros leitores, o metro de Lisboa está neste momento numa fase decisiva no decorrer da sua expansão. Para quem não habita na capital ou nos seus belos subúrbios, este assunto deve correr-lhe direitinho para uma concavidade rectal, sinónimo de caixote do lixo da organicista matéria humana. Contudo, isso não interessa, o que é realmente importante é o relevo bonificado que a construção do prolongamento da linha vermelha, apenas unida à sua símile verde, pode ter no impacto causado quando a obra estiver terminada.

Se eu por exemplo, estiver no Centro Comercial Colombo e por acaso precise de me deslocar até ao Centro Comercial Vasco da Gama, serão necessários pelo menos 15 minutos a ir até à estação da Baixa-Chiado, depois aí mudar para a linha verde até à Alameda e só depois nesta última apanhar a linha vermelha em direcção ao Oriente. Todo o percurso poderá levar mais do que 40 minutos à vontade, percorrendo três linhas de metro, com duas transposições.

Com a nova ligação entre a Alameda, Saldanha e S. Sebastião, a viagem poder-se-á realizar como estimativa, em aproximadamente 20 minutos no máximo. Vejam portanto a necessidade intransigente desta construção numa capital com um metro que carece de um grave problema de abrangência.

Outra situação é o prolongamento da mesma linha, mas para noroeste, ou seja, para o aeroporto da Portela, que é sem dúvida uma falha grande. O curioso é que está planeado o aeroporto muito possivelmente sair dali em 10 anos. Não será tarde demais uma linha para lá? Talvez estejam a pensar no velho ditado “vale mais tarde que nunca”.

De qualquer forma, o metro precisa de crescer, é urgente cobrir a cidade de Lisboa com este transporte que tão amavelmente eu respiro.

segunda-feira, 23 de março de 2009

A voar se faz política

Cá estou eu de volta caros leitores, para vos deixar com mais um das minhas lamúrias de pseudo governante de uma República confinada à administração saborosa de um leque mágico de companheiros. Portanto, hoje vou falar de uma das maiores polémicas que sussurram nas bocas sábias do povo e deslizam nos dedos de profunda agudeza dos políticos, empresários e administradores. Desde uma pertinente afirmação de que a Margem Sul, de areia extensa que para além do horizonte se perde, poder ser lugar inviável e estéril para a construção de um aeroporto, até à proposta mais incrédula de um planeamento para uma OTA deslocada, fraca e pantanosa, o nosso país geme do prazer do livre arbítrio numa discussão de praça pública.


Com certeza que o ridículo de algumas afirmações se fizeram de magotes históricas da polémica acerca de onde é que a partir dos próximos 10 anos os portugueses da Área Metropolitana de Lisboa e Arredores vão poder sentir os seus pés a descolaram-se do chão e teleportarem-se para qualquer destino rico de sol e de praia e mar azul transparente.


Ganhou Alcochete, mais concretamente, o Campo de Tiro de Alcochete e digo-vos uma coisa caros leitores, eu sou mais um ponto positivo de apoio à construção desse cais aéreo num espaço onde a Força Aérea Portugal anda a brincar aos tiros.


Razões pertinentes não faltam. É necessária uma plataforma aérea que sirva os interesses da capital e da região sul do país e que integre um plano urbanístico que não interfira com as cabeças vigorosas dos ambientalistas. Sem dúvida também que o aeroporto da Portela é um gigante cancro para uma cidade a romper pelas costuras, os aviões rasam os telhados das casas e dos prédios da cidade branca que se deita sob o Tejo, e eu próprio já pude provar das amargas agitações turbulentas de uma aterragem na capital portuguesa. É absolutamente ridículo um aeroporto de uma capital da Europa simplesmente não ter condições suficientes para o nível de tráfego aéreo que todos os anos é registado de e para a capital, isto se formos analisar também a potencialidade da posição geográfica de Lisboa, que poderia servir como plataforma entre vários continentes, funcionando como grande aeroporto de escalas transatlânticas e provenientes do continente africano, isto já para não falar na possível concorrência com o aeroporto de Barajas, actual grande intermédio de ligações entre a Europa e os seus arredores.


Prevê-se que o novo aeroporto irá suportar em média por ano 22 milhões de passageiros.

Caro Mário Lino, já vai ter o seu deserto animado.


domingo, 22 de março de 2009

Trabalhar lá fora I

É com grande satisfação que comunico ao governo e a todos os cidadãos, que para o ano irei trabalhar durante um semestre para a Hungria. As circunstâncias assim o exigiram e agora a ansiedade é mais que muita. Por várias razões.


A primeira porque Hungria fica no estrangeiro! E eu como ministro dos negócios estrangeiros não teria melhor sítio para trabalhar que o próprio estrangeiro. A segunda razão será certamente o ampliar do meu conhecimento sobre este país que não sendo para já uma grande potência europeia, tem evoluido de uma forma muito gradual e interessante de se verificar. Se a Alemanha já não é assim "tão cara para se viver", a Hungria também já não é aquele país em que "se vive barato".


A cidade que mais tenho curiosidade em visitar e visitar e visitar até porque fica perto da cidade para onde vou mesmo trabalhar é Budapeste. É a maior cidade da Hungria e a sexta maior da Europa. Tem 1,7 milhões de habitantes (2,4 milhões na região metropolitana). Uma das fontes de maior rendimento desta cidade é o turismo; as suas nove pontes sobre o rio Danúbio, o seu Castelo, o Parlamento e o Teatro Nacional são os pontos de maior interesse turístico.


Vai ser certamente um experiência a registar e a aproveitar, não é todos os dias que surge uma oportunidade de trabalhar no tão famoso estrangeiro.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Os Portugueses na Europa...

O piloto português Armindo Araújo (Mitsubishi Lancer Evo IX) ficou na segunda posição na categoria de Produção (P WRC) do Rali de Chipre, perdendo a liderança da prova no último dia para o sueco Patrick Sandell (Skoda Fabia Super 2000), devido a problemas de caixa, após ter dominado esta categoria até então. Na classificação geral alcançou um brilhante décimo lugar. Esta terceira prova do WRC foi ganha francês Sébastien Loeb (Citroen C4), dilatando a vantagem no comando absoluto do mundial de pilotos.

Mais uma convocatória do professor Carlos Queirós. O guarda-redes Beto (Leixões) e o lateral direito Nélson (Bétis) são as principais novidades da convocatória para o jogo contra a Suécia, dia 28 Março no Estádio do Dragão, a contar para a fase de grupos de apuramento para o Mundial 2010 na África do Sul. Regressam o defesa central Ricardo Carvalho (Chelsea) após longa ausência devido a lesão e o médio Deco (Chelsea). Este jogo é uma prova de fogo para a selecção, sendo quase obrigatória a vitória neste encontro para manter as possibilidades de apuramento.

Lista de Convocados

Guarda-Redes: Daniel Fernandes (Bochum), Eduardo (Sp. Braga) e Beto (Leixões).

Defesas: Bruno Alves (FC Porto), Gonçalo Brandão (Siena), Pepe (Real Madrid), Ricardo Carvalho (Chelsea), Nélson (Bétis), Bosingwa (Chelsea) e Rolando (FC Porto).

Médios: Deco (Chelsea), João Moutinho (Sporting), Maniche (At.Madrir), Raúl Meireles (FC Porto), Duda (Málaga) e Tiago (Juventos).

Avançados: Dani (Zenit), Simão (At. Madrir), Hugo Almeida (Werder Bremen), Nani (Man United) e Cristiano Ronaldo (Man United).

Depois de um jogo intenso onde o Braga podia ter marcado, um erro do guarda-redes Eduardo custou a possibilidade de conseguir um inédito apuramento para os quartos-de-final da Taça UEFA, pois ditou a derrota 0-1 com o Paris Saint-Germain, no Minho. Eu penso que após a "era" Ricardo (ex Sporting), todos os guarda-redes que são convocados para a selecção desaprendem a defender comentendo ERROS estúpidos. O mesmo aconteceu com o Quim (Benfica). Enfim...

Deixo ainda uma nota sobre a selecção portuguesa de andebol. Portugal fez hoje um "bom jogo" com a França, apesar da derrota por 31-24, em encontro do Grupo 6 de apuramento para o Campeonato da Europa de 2010. Não esquecer que a selecção francesa é actual campeã do mundo da modalidade. Mesmo assim Portugal jogou de igual para igual nos primeiros 20 minutos de jogo, obrigando a França "aplicar-se".


Caros leitores, peço desculpa por publicar o meu post só a esta hora. Vou tentar ser mais pontual nas próximas postagens.


Cumprimentos Parlamentares

João Amaral

quarta-feira, 18 de março de 2009

Rádio nos nossos dias

Antes de tudo, quero pedir imensas desculpas pelo meu atraso na publicação. A minha net é limitada, bem como o meu tempo e demorei um pouco mais a vir aqui.

Tenho-me divertido nos últimos dias a ler "Margrave of The Marshes", a autobiografia do já falecido John Peel. Para quem não sabe, Peel foi um verdadeiro Globetrotter das rádios, participando aqui e ali em vários projectos até se estabelecer na Radio 1 da BBC (foi, de resto, o veteraníssimo funcionário da BBC). Peel é, para o mundo da música, essencial: descobriu e ajudou géneros e bandas, espalhou a palavra, fundou editoras... Essencial. Para mim, para vários radialistas e para o mundo da rádio, Peel é, além de essencial, um ídolo, um exemplo: o seu estilo directo, sincero e honesto é inconfundível (bem como o seu sotaque, que lhe granjeou uma posição de sucesso na América), os seus programas intemporais e únicos, a sua vontade não tinha precedentes, John Ravenscroft não tinha medo, mas muita vontade de arriscar.
Peel não era só mais um. Peel era a pessoa certa. E marcou muitas gerações.

Para mim, há poucos como Peel nos dias que correm. Parece-me a mim, que na rádio dos dias de hoje (mais generalistas, diga-se, não falo de rádios essencialmente informativas) falta um estilo pessoal a muita gente; falta uma vontade de arriscar e de inovar. Pelo menos nas rádios de massas, que chegam a toda a gente. Não raras vezes, as vozes que saem das colunas são aborrecidas e clonadas, o que me leva a mim - e a tantos outros - a desligar o rádio pouco depois de o ligarem. Mesmo a música, em muitos casos, cinge-se ao mesmo, todos os dias. Poucos são os programas inovadores, com coisas novas e frescas. Por isso é que a rádio - meio essencial até aos anos 80 - tem perdido ouvintes e apoiantes. A estagnação e indiferença perante o meio de comunicação mais experimental e com maior margem de manobra, levarão certamente também a que pouco se aposte em coisas novas. Bem como as imposições de um mundo capitalista, cada vez mais movido a dinheiro.

Não defendo que se faça uma revolução, nem espero que a mesma chegue no próximo ano. Mas defendo que se olhe para trás, para cerca de 25 anos atrás - que não é assim tanto - e se veja que há não muito tempo se faziam coisas fantásticas e óptimas que podem ser feitas ainda hoje. E espero que as mentes se (re)abram e que se perca o medo de apostar em coisas boas. E já agora, que cada um encontre o seu próprio John Peel, a sua própria inspiração.

"Swarming Vulgar Mess of Infected Virulency anyone? Come on in. The blood's fine...", John Peel

Ter o direito a, ter o dever de.

A cada dia que passa se ouver falar dos direitos dos portugueses.
Os nossos direitos estão hoje salvaguardados na constituição portuguesa, e a qualquer momento qualquer um de nós pode reclamar esses mesmos direitos. Existe inclusivé uma página que pode ser consultada por todos os cidadãos, Portal do Governo.
Existem num entanto alguns pontos sobre os quais eu gostaria de debater:
Em primeiro lugar, o direito a um sistema nacional de segurança social, cabendo ao estado organizar coordenar e subsidiar um sistema de segurança social unificado e descentralizado. O nosso sistema nacional de segurança social já passou por melhores dias, a carteira dos portugueses já é muito curta para continuar a esticar, e impostos não faltam. No entanto, e não menos importante, qualquer cidadão tem o dever de declarar todos os seus rendimentos e descontos.
Todos têm direito a um ambiente de vida humano, sadio e ecologicamente equilibrado. O que poucos se lembram é do dever que cada um tem de o manter e preservar.
A família, como elemento fundamental da sociedade, tem direito à protecção da sociedade e do estado e à efectivação de todas as condições que permitam a realização pessoal dos seus membros. Têm no entanto os homems mais ou menos violentos o dever de manter a integridade e bem estar das suas famílias!
Um último ponto que ponho em foco: Todos têm direito à liberdade e à segurança. A integridade moral e física das pessoas é inviolável. Vivemos como muitos ou poucos, têm essa ideia, num país onde se assiste diariamente a casos de criminalidade violenta. E eu gosto de perguntar se estas pessoas se lembram em algum momento dos seus actos, dos seus deveres perante a sociedade que os enbloba e que até os protege. A hipócrisia desta situação aumenta, quando criminosos às portas do tribunal se lembram constantemente dos seus direitos, pedindo atenção e razão. Tenho pena do mau funcionamento do sistema judicial, e até de segurança pública deste país.
Talvez se todos soubessem os seus direitos e reconhecessem os seus deveres, esta sociedade vivesse melhores dias. Um equilíbrio não é normalmente pedir muito!

Sem mais assunto de momento, subscrevo

terça-feira, 17 de março de 2009

Um tabuleiro no Tejo

Caros leitores,

Mais uma semana e mais uma viagem pelas obras públicas deste pequeno rectângulo de pedra virado para o mar.


Portugal vai mesmo ter uma ponte nova. É sabido e dado adquirido. Vamos então ver uma coisa, meus caros leitores, se a nova ponte chegar mesmo a tirar trânsito daquela vermelha e grande, que mais parece uma tábua de engomar, passada a ferro todos os dias pela borracha queimada do pneu dos automóveis que por lá circulam todo o santo dia, dou os meus parabéns ao LNEC pelo bom relatório que apresentou da viabilidade da travessia que será, alegadamente, Chelas - Barreiro. Esperemos que sim e que tudo se conclua pelo melhor quanto à fluidez do trânsito de e para a capital. Agora a questão é esta: porquê uma ponte? Eu não sou céptico em relação a pontes e egoisticamente não faço planos de me atirar de lá nem vejo isso como um novo alvo dos supostos suicidas, mas uma ponte é carga demasiado pesada para o panorama da vista para a velha cidade. Não me venham justificar que temos que viver na era onde reina o pragmatismo, porque nem por aí vamos lá.


Para além dos efeitos visuais e do impacto paisagístico que potencialmente criaria e da praticabilidade dessa construção, eu seria totalmente a favor de uma passagem subaquática, como um mini túnel do Canal da Mancha. De qualquer forma, nem vale a pena perder-me em lamúrias que depois vão morrer no fundo do Tejo.


Adiante, a ponte veio para ficar e foi já aprovada pelo Ministério do Ambiente, quanto ao impacto ambiental que possa provocar, embora sejam necessárias a criação de nove novas malhas rodoviárias na cidade de Lisboa e umas quantas mais do outro lado do rio. Para além disso, no DIA (Declaração de Impacto Ambiental), o Governo considerou a construção de uma ponte, cujo tabuleiro rase mais o leito do Tejo, do que se eleve ao ponto da sua similar vermelha, isto para e citando, diminua a “intrusão visual”.


Mais 30 mil carros por dia para a capital, passando um tabuleiro igualmente com mais quatro vias ferroviárias para o tão aguardado TGV e para uma nova linha de comboios urbanos que se desenhará nos mapas de Lisboa.


1,7 mil milhões de euros. Cara Ponte, até 2013.